Vamos procurar entender nesta obra o que é o sacrifício de louvor a nosso único Deus e Senhor Jesus Cristo, para tanto devemos entender o que é um sacrifício e como o mesmo é aceitável ao Senhor.Sendo assim percebemos que temos duas perguntas inicias a serem respondidas:
1º O que é um sacrifício?
Assim que o homem pecou e tornou-se um pecador despido e separado de Deus se fez necessário um mediador entre Deus e o pecador. Para vesti-lo perante os olhos de Deus, folhas foram insuficientes. Tal cobertura só foi possível mediante a morte de um inocente que agradasse a Deus em favor ao verdadeiro culpado. Para cobrir a nudez que o pecado evidenciou em Adão e Eva o SENHOR Deus fez túnicas de peles, e os vestiu. Desta forma Deus ensinou a regra de ouro das Escrituras somente o sangue de um inocente é capaz de cobrir o culpado pecador (Gên. 3:21).
Assim conhecemos o sacrifício substitutivo onde o inocente é oferecido em lugar do culpado, como Paulo escreveu em I Coríntios 10:11“Ora, tudo isto lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos. Sendo assim os exemplos mencionados são manifestações da ira de Deus sobre Israel quando eles desobedeceram ou se perderam para longe da vontade de Deus, o remédio, um sacrifício de sangue foi experimentado no altar.
Para tal sacrifício no regime da lei, Deus estabeleceu uma linhagem sacerdotal para realização deste serviço, por se mesmo e pelo povo. Desta forma no antigo sistema apenas uma pessoa era autorizada a comparecer perante Deus para realização do sacrifício “Yom Kippur” (o Dia do Perdão), só o sumo sacerdote era detentor de autoridade para acessar à Arca da Aliança e apenas uma vez ao ano. Esse fato poderia fazer alguém de fora dessa classe sacerdotal não entender completamente o que estaria ocorrendo durante este sacrifício. Porém, está razoavelmente claro pelas Escrituras do Antigo Testamento que bastante foi entendido sobre o caráter e a natureza de Deus, para conhecer Sua atitude sobre o pecado e os requisitos para remediar a separação que o pecado impôs entre o pecador e Deus.
No Tabernáculo o propiciatório não proporcionava perdão a qualquer um; pois exigia-se a aplicação anual do sangue pelo sumo sacerdote antes da declaração do perdão. Assim também na expiação antitípica, não é suficiente que Cristo tenha morrido em substituição aos culpados pecadores, é necessário a aplicação pessoal sobre cada pecador, sendo o sacrifício capaz de salvar a todos os pecadores, porém a sua eficácia de reconciliação vem apenas sobre aqueles que o recebe como único e todo suficiente Salvador. Ou seja,os benefícios da crucificação são individuais para aqueles que creem no filho de Deus: “E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado;Para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. (João 3:14-15), desta forma torna-se participantes da reconciliação operada pela graça salvadora de Deus. Percebe-se que a palavra “propiciação” tem uma relação direta com a morte sacrifical de Cristo, no que se refere ao resultado geral para que o pecador tenha paz com Deus. Sendo desta forma cancelada a dívida do homem para com Deus por causa dos seus pecados.
Por seu pecado o homem mereceu a morte eterna, mas Deus em sua graça e misericórdia planejou a redenção; isso e mais, Ele a proveu antes da fundação do mundo. A queda do homem não pegou Deus de surpresa, pois a provisão da redenção do homem foi feita antes que o homem chegasse a existir, e assim antes que surgisse a necessidade. Assim está escrito que Cristo é o“...Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (Apocalipse 13:8). A provisão de Deus envolvendo redenção antedata a existência do homem, e também a sua necessidade, foi proclamada imediatamente quando surgiu a necessidade, pois a primeira promessa acerca do Redentor que viria se registra em Gênesis 3:15: “E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”
“Esse versículo nos dá um quadro típico da salvação de um pecador. Foi o primeiro sermão do Evangelho, pregado pelo próprio Deus, não em palavras, mas em símbolo e ação. Foi a apresentação do caminho pelo qual uma criatura pecadora poderia retornar e se aproximar do seu Criador Santo. Foi a declaração inicial do fato fundamental de que “sem derramamento de sangue não há remissão” Foi uma bendita ilustração de substituição — o inocente morrendo no lugar do culpado”. A. W. Pink, Gleanings in Gênesis (Coletâneas de Gênesis), p. 44. Moody Press, Chicago, 1922.
Que uma redenção foi realmente provida para Adão e Eva é completamente certa a partir da representação simbólica quando Deus lhes proveu veste para cobrir a nudez deles, matando animais e tirando suas peles: “E fez o SENHOR Deus a Adão e à sua mulher túnicas de peles, e os vestiu” (Gênesis 3:21).
As Escrituras utilizam a nudez bem comumente como símbolo de pecaminosidade ou falta de justiça, enquanto a provisão de vestes simboliza a imputação da justiça de outro para um pecador. O fato de que essas vestes eram peles de animais indica que a fim de que se cobrisse a injustiça do homem, outro tinha de morrer em seu lugar, e assim apresenta a doutrina da substituição. O fato de que o próprio Deus supriu essa veste para Adão e Eva mostra que Deus Se agradou ao prover o Substituto com cuja morte o homem poderia ser perdoado.
O primeiro sacrifício com animal promovido pelo homem relatado na Bíblia foi feito por Abel, oferecendo dos primogênitos das suas ovelhas. O SENHOR atentou para o sacrifício do animal em contraste ao sacrifício de Caim que ofertava frutos da terra. Por meio deste sacrifício começamos a perceber a linha de sangue nas escrituras apontando para o autor do sacrifício perfeito, Cristo o Senhor.
Sob as dispensações no Antigo Testamento, Deus aceitou como vítimas sacrifícios de alguns tipos de animais. Mas estes foram apenas sombras que tipificava o verdadeiro sacrifício perfeito e eterno, o sacrifício do Cordeiro de Deus, Jesus Cristo. Por causa do Seu sacrifício perfeitamente completo e final de uma só vez para sempre, tendo Ele sido sacrificado em favor dos pecadores o justo pelos injustos, sobre a cruz então os sacrifícios das dispensações anteriores reveladas no Antigo Testamento tornaram-se sem validade, pois eram apenas tipos do sacrifício perfeito de Cristo. Não tendo utilidade na atual economia de Deus para com o homem.Consistindo somente em comidas, e bebidas, e várias abluçõese justificações da carne, impostas até ao tempo da correção. Mas, vindo Cristo, o sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, (Hebreus 9:11-12).